A indústria e a qualificação: a força da bioenergia em MS
O cenário às margens da BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia, mudou nos últimos anos. O movimento intenso de caminhões revela a presença de uma das maiores biorrefinarias de etanol da América Latina, instalada no coração do Cerrado sul-mato-grossense. Além do etanol, a unidade produz óleo bruto de milho, energia elétrica e o DDG — um farelo usado na alimentação animal.
Esse é apenas um dos exemplos de como a matéria-prima do agronegócio é transformada pela indústria no estado. Segundo o secretário da Semadesc, Jaime Verruck, Mato Grosso do Sul vive um momento importante de expansão do setor, com novas usinas e diversificação para outras fontes, como o biometano. “É um momento importante, com novas usinas e projetos de biometano”, destacou.
O avanço da bioenergia também é refletido nos números. Empreendimentos como a usina de etanol em Sidrolândia e a unidade de celulose em Ribas do Rio Pardo contribuíram para consolidar o estado na segunda colocação do ranking brasileiro de geração de energia a partir da biomassa, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Para o diretor do Instituto Senai de Inovação em Biomassa, João Gabriel, a posição de Mato Grosso do Sul é motivo de destaque. “Somos referência na geração de energia a partir da biomassa”, afirmou.
Mas a bioenergia não transformou apenas a paisagem ou a economia. O crescimento da indústria trouxe um desafio adicional: preparar trabalhadores para atuar em sistemas cada vez mais modernos e tecnológicos. Em Sidrolândia, por exemplo, a chegada da usina foi acompanhada por programas de qualificação profissional oferecidos pelo Sistema FIEMS, por meio do SENAI. Cursos básicos e técnicos em áreas como eletrotécnica e química têm garantido que a população local esteja pronta para ocupar as vagas abertas. “A qualificação profissional tem impacto direto na vida das pessoas”, reforçou o diretor regional do SENAI, Rodolpho Mangialardo.
De acordo com a FIEMS, a indústria emprega hoje mais de 144 mil trabalhadores formais em Mato Grosso do Sul. Em cidades do interior, o impacto é ainda mais visível: gerar empregos, qualificar pessoas, movimentar a economia e, acima de tudo, transformar vidas. “Quando alguém faz um curso de qualificação ou um curso técnico no SENAI, logo depois tem a oportunidade de conquistar uma vaga na indústria. E isso transforma a vida da pessoa, transforma o seu dia a dia”, concluiu Rodolpho Mangialardo.
Mara Riveiros
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